Flashpackers, os novos mochileiros
Quando você ouve a palavra mochileiro ou backpacker o que lhe vem à cabeça?
Um viajante extremamente econômico, que dorme em hostels, pede carona e come em restaurantes simples? Sim, essa é a imagem mais comum de um mochileiro. Porém já não é mais absolutamente correto afirmar isso.
A pesquisa de perfil dos mochileiros brasileiros que realizamos durante o ano de 2012, com 550 participantes, vem confirmando que o perfil do mochileiro brasileiro não é totalmente econômico.
Nessa pesquisa, percebemos que existem diferentes perfis entre os viajantes que se consideram mochileiros.
Não é novidade que os mochileiros são viajantes que priorizam a economia para investir no prolongamento da duração da viagem. Porém. eles também investem em atividades memoráveis, como esportes de aventuras ou experiências inusitadas, marcantes e enriquecedoras.
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Flashpackers
Mas nota-se que está em constante crescimento a parcela que não viaja de forma econômica e utiliza serviços de padrão mais elevado.
Esse grupo está em evidência no exterior já a alguns anos e recebeu dos pesquisadores do turismo um nome específico, pois se tornaram um nicho considerável.
Eles são agora denominados flashpackers, que não são mochileiros tradicionais, mas também não são turistas convencionais.
Na internet há resultados para este termo desde o ano 2000. Em 2006 o Banco de Desenvolvimento de Fiji já investia no desenvolvimento de meios de hospedagem para esse nicho, conforme aponta seu relatório anual.
No mesmo ano o Jornal Sydney Morning Herald escreveu sobre a forma diferente de viajar deles.
A Austrália, sempre à frente quando o assunto é turismo backpacker, já destacava os flashpackers como um mercado importante em seu relatório de estudo de mercado backpacker em 2008.
Também em 2008, a Organização Mundial do Turismo e a WYSE publicaram o “Youth Travel Matters: Understanding the Global Phenomenon of Youth Travel”. A publicação dá destaque à consolidação do nicho.
No Brasil, o termo começou a ser conhecido em 2009 através de artigos publicados no exterior. Porém os os novos mochileiros ainda não são vistos como um nicho com grande potencial de mercado.
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O novos backpackers
O espírito de liberdade que as viagens de mochilão proporcionam faz parte desse nicho, nas atividades de aventura, nos passeios exóticos, no slow travel e na independência de rever o roteiro quando quiserem.
Os flashpackers têm um pouco da atitude dos backpackers, mas não dispensam, por exemplo, se hospedar em pousadas de charme, hostel boutique e até mesmo hotéis 4 estrelas e frequentar restaurantes renomados.
O orçamento maior os tornam mais flexíveis, abrindo o leque de opções.
Esses viajantes trocam facilmente um deslocamento de 12 horas de ônibus por um voo de 1 hora. Mesmo que seja muito mais caro, eles tendem a escolher a opção que gere mais conforto ou menos desgaste.
Para os novos mochileiros, fazer mochilão não é mais um rito de passagem. Eles não se concentram em provar a eles mesmos que podem viajar de forma econômica por muitos meses. Eles não precisam mais se auto-descobrir e nem buscam o road status.
Além disso, por normalmente terem carreiras bem consolidadas, não dispõem de período de tempo muito prolongado como os mochileiros tradicionais. Isso os fazem investir mais dinheiro no pouco tempo disponível.
Alguns, exatamente por serem profissionais muito valorizados, podem desfrutar de um ano sabático com a certeza de recolocação profissional no retorno da viagem.
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Quem são os flashpackers?
Não há uma definição exata do que é ser um flashpacker, mas sim evidências que podem indicar isso.
O perfil mais exigente deste grupo está relacionado com a idade, com a renda e o grau de escolaridade.
São normalmente jovens adultos e de meia idade com uma carreira bem estabelecida.
Na pesquisa de perfil que realizamos, notou-se que entre os 550 entrevistados, 22,4% têm mais de 31 anos, 60% possuem graduação universitária, 21% possuem especialização e 5% tem mestrado e doutorado.
O destaque da pesquisa é que 20% tem renda entre R$3.732,00 a R$6.220,00 (6 e 10 salários mínimos) e 11% acima de R$6.220,00 (mais de 10 salários mínimos), o que demonstra o grande poder de consumo de viagens de 31% dos mochileiros brasileiros.
Não se pode afirmar com certeza que essa parcela dos entrevistados faz parte deste nicho, pois seria necessário aprofundar o questionário em busca de questões mais específicas.
Porém, nota-se que há uma grande possibilidade de esta parcela ter maior propensão a realizar gastos maiores durante as viagens.
Do total dos entrevistados, cerca de 20% gosta de lugares mais exclusivos e mais caros, seja o meio de hospedagem, seja o serviço de alimentação. E 18% gostam de receber ‘mimos’ e tratamento diferenciado nos hotéis e restaurantes.
Ela ainda salienta que a média de idade dos compradores de passagens de volta ao mundo é de 32 anos.
O conceito de flashpacking inclui também viajar com eletrônicos como laptop, câmera manual dita ‘profissional’ e smartphone. Mas essa característica não é determinante. Ainda mais porque viajar com tais equipamentos, a cada ano que passa, é cada vez mais comum.
Evolução?
Alguns artigos afirmam que os flashpackers são a evolução dos backpackers, mas essa afirmação é um pouco arriscada.
Ter uma origem backpacker, não quer dizer que são uma evolução. Cada indivíduo possui motivações diferentes em cada viagem e em cada época de sua vida.
O mochileiro não é necessariamente sempre de um determinado subsegmento, pois essa condição pode ser momentânea.
Ele pode estar na época propícia para realizar mais gastos durante o mochilão ou preferir economizar para outra ocasião.
Viajo de mochilão, mas sempre me achei diferente dos mochileiros pq não economizo muito. Agora sei o que sou!!
Derrick, sinta-se incluído nos diferentes perfis dos mochileiros 🙂 Abraço!
Acabo de descobrir que me encaixo na definição de flashpacker! Querem saber o que isso significa? @TurBackpacker http://t.co/w3365yHu
Esse tipo de mochileiro que tbm sou…
Eu também 🙂 tem horas que perrengue não tá com nada…
É verdade. Dizem que com o tempo isso se intensifica. Por enquanto ainda encaramos uns perrengues. Abraço!