Dia 69 – Trekking Laguna de Los Tres, Fitz Roy
Saímos cedo do Hostel Rancho Grande, andamos uns 200 metros e lá estavamos nós, no início do trekking Laguna de Los Tres, para ver bem de perto o Cerro Fitz Roy.
A placa informava que a distância a percorrer era de 10,2 km de ida (e mais 10,2 km de volta…), que a trilha tem dificuldade média/alta, e onde estão os pontos interessantes da trilha.
Algumas pessoas nos disseram que a trilha da Laguna de Los Tres era difícil, mas não tanto quanto o de Torres del Paine. Então estávamos tranquilos, pois fizemos a trilha de Torres del Paine com certa ‘facilidade’.
O começo da trilha do Fitz Roy
Começamos a trilha bem encasacados, pois o frio estava muito intenso. Nos primeiros 700 metros já tiramos os casacos, luvas, gorrinho e protetor de pescoço. A subidinha inicial já deu uma bela aquecida.
Ficamos pensando: ué, não seria subida só no último quilômetro?
Aproveitamos o mirante para descansar um pouco e beber água.
E a vista desse mirante é linda, dá uma olhada.
Uma trilha, dois caminhos
Andamos mais um pouco, uns 2 km, e nos deparamos com uma placa com a opção de dois caminhos com a mesma distância. Um pela laguna Capri e outro pelo mirante Fitz Roy.
Seguimos a dica da Carina e do João de fazer na ida e outro na volta, mas qual fazer primeiro? Tiramos no par ou ímpar, e lá fomos nós pela Laguna Capri.
Laguna Capri
Até aqui são 4 km de trilha. A água é límpida, incrivelmente límpida, com uma bela vista para o Fitz Roy que estava com algumas nuvens.
Como ao redor da laguna é um bosque, fazia frio, então colocamos novamente as luvas, gorrinho e protetor de pescoço.
Continuamos a trillha até encontrar novamente com o ponto do outro caminho do mirante, que deixamos para a volta.
Trekking com neve?
Aqui começamos a perceber poças de água congeladas, lagos congelados e um pouco de neve ao redor do caminho. Será que continuamos? Por enquanto está tranquilo. Vamos continuar.
O caminho é bem fácil, sem nenhuma parte que exija maior preparo. Algumas subidas, não muito ingrimes, algumas descidas, pontes..
Chegamos a uma área com muitas pedras e um pequeno rio. O sol estava aquecendo, e já tinhamos andado uns 8km.
Hora de parar para almoçar. Comemos nossos sanduíches e de sobremesa alfajores.
Mesmo com o sol, começamos a sentir o corpo esfriar. Melhor continuar a caminhada.
Subimos uma espécie de escadaria natural de pedras. No km 9 da caminhada chegamos em um ponto de descanso com bancos e uma latrina. Apesar da situação precária, usamos, pois fomos informados de que o último km é o mais difícil.
A parte difícil do trekking Laguna de Los Tres
Preparados e lá fomos nós. Começou com subidas, aliás esse trecho só tem subida. O ganho de altitude é de 400 metros em 1 km.
Mas a subida estava leve, e aos poucos foi ficando mais dificil, precisando nos segurar nas pedras para subir. Logo percebemos neve ao redor da trilha.
Mais um pouco e a neve que só estava nos lados, passou a estar na trilha.
Chegamos a um ponto que a neve virou gelo e estava escorregando. Pensamos em desistir. Estava perigoso, não tinhamos bastões de trekking para nos auxiliar, poucos pedras para dar apoio para a bota e para nos segurarmos.
Desistir? Só se for arriscado demais
Olhei para cima e faltava pouco para chegar lá. Não, não pode ser que estamos a pouco menos de 200 metros e não vamos conseguir chegar lá.
Olhei para cima novamente, pessoas escorregando, outras indo de boa, devagar mas conseguindo.
Não. Não cheguei até aqui para desistir agora. Vamos, falta pouco.
Vamos devagar, com cuidado. Deixa os mais apressados passarem e dê distância dos mais atrapalhados.
Nem que levemos 1 hora para fazer esses 200 metros, mas a gente vai completar o trekking da Laguna de los Tres.
E assim fomos, de pouco em pouco. Passamos o gelo e começou neve fofa novamente, mais fácil de caminhar.
Poucos minutos depois lá estavamos nós, de frente para a Laguna de Los Tres.
A Laguna de Los Tres
Não me contive, joguei neve pra cima e sambei na cara da sociedade. A galera ao redor olhou e sorriu, como quem diz “isso aí, chegamos. Foi F$D@!!! Mas chegamos”.
Aproveitamos para sentar nas pedras, descansar um pouco apreciando tudo aquilo e agradecendo por ter ocorrido tudo bem na subida.
Para chegar na laguna, precisávamos descer uns 50 metros. Lá fomos nós chegar bem pertinho.
Lá em baixo, em meio à neve só estava nós, um casal de chineses e um de franceses.
Configuramos o temporizador da câmera, no tripé, mas não deu tempo de correr para entrar na foto. 10 segundo na neve, fica difícil.
Os franceses viram a gente subindo na pedra e pediram para fazer a foto igual. Óbvio que pode, por que não, respondemos. Mas só se apertar o botão da câmera para nós.
E assim fizemos amizade com o casal de franceses que encontramos várias vezes depois, no caminho de volta.
O sol estava se escondendo atrás do Fitz Roy, precisávamos voltar para não fazer a trilha no escuro. Na vinda levamos 5 horas e já eram 3 h da tarde.
Momentos de risco na descida
Estávamos mais tensos para descer por conta do gelo que se formou na trilha.
Quando caminhamos em direção a descida vimos o exército argentino chegando e alguns ainda subindo. Todos muito simpáticos, alguns morrendo de cansaço. Como estavam simpáticos e brincando com a câmera que estávamos filmando, brincamos de volta.
Agora me sinto mais tranquilo, se até o exército cansa nessa subida, estou em boa forma. Eles deram risada e disseram, não é fácil mesmo.
Fomos descendo e cumprimentando todos. Onde tinha neve estava tranquilo, mas logo chegamos a parte complicada que tinha virado gelo. Fomos devagar. Tinha um pessoal atrapalhado atrás de nós que estava escorregando o tempo todo.
Deixamos passar, melhor do que eles caírem em cima da gente e descermos barranco abaixo.
Regras de trilha: se você está mais lento ou mais atrapalhado que os outros, encoste para o lado mais seguro, onde tenha uma parede ou barranco maior, e deixe as outras pessoa passarem. E nunca ande muito próximo uns dos outros, deixe um espaço de segurança para caso você cair não machuque as outras pessoas e vice-versa.
Alguns soldados do exértito estenderam a mão para nos ajudar. Em alguns trechos nós estendemos a mão para ajudá-los.
E assim entendemos que somos todos seres humanos e por mais que eles pratiquem diariamente esse tipo de exercício, sempre vamos todos precisar de uma mão nos caminhos mais difíceis.
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Agora ficou fácil
Quando terminamos a descida, paramos para comer e repor as energias. E agradecer novamente por termos chegado inteiros depois desse trecho super difícil.
Na volta andamos o mais rápido que podíamos, com poucas paradas, que são inevitaveis, pois o lugar é lindo.
Voltamos pelo outro lado. Lembra que na ida fomos pela Laguna Capri? Então, agora fomos pelo mirante.
Andamos rápido, mas não deu, a noite chegou rapidamente e ainda falatavam 2 km.
O jeito foi andar no escuro, pois esquecemos de levar as lanternas. Mas ainda bem que a visão noturna estava boa e chegamos ao fim da trilha inteiros.
Que emoção concluir mais esse desafio. Foi demais!
Hora do descanso
De volta ao Hostel Rancho Grande, tomamos um banho quente e preparei uma sopa reforçada para repor as energias gastas no dia e para nos aquecer. A noite seria muito fria.
No dia seguinte estávamos muito cansados.
Apesar do dia bonito, não tinha como fazer outra trilha. Além do mais, fizemos a mais difícil e mais bonita.
Já que não dá pra caminhar hoje, dia de trabalhar e colocar o diário em dia também.
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Números do dia:
Distância percorrida: 20 km a pé
Tempo: 10 horas.
Gastos: zero, a trilha é gratuita
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Passeios: Viator, Tiqets, TourOn e Get Your Guide
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Agradecimentos aos nossos apoiadores dessa viagem:
Estou adorando ler os posts de vocês. E as fotos? Lindas…maravilhosas… parabéns por nos proporcionarem conh cimento…
Ebaaaa, que legal!! Aqui é fácil tirar fotos lindas 🙂 Bjos!