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Dia 123 – Trem para as Nuvens, San Antonio de Los Cobres

{25 de junho de 2019} Trem para as Nuvens, um sonho realizado!

Acordamos ainda era madrugada, tomamos uma café da manhã rapidamente, colocamos a nossa casinha no modo carro e partimos para a estação de trem de Salta. Hoje foi o dia de realizar o sonho de viver o famoso Tren a las Nubes, que em português pode ser Trem das Nuvens ou Trem para as Nuvens.

Estação de trem de Salta

Estacionamos o carro em frente a estação e às 6 horas estávamos na fila do guichê para trocar nosso voucher pelo um bilhete.

A empolgação de conhecer o Trem para as Nuvens era do mesmo tamanho da preocupação de deixar o carro na rua o dia inteiro. Tudo, tudo mesmo estava lá.

No guichê, pediram nossos documentos e perguntaram se falamos inglês ou espanhol.

Com o bilhete em mãos, entramos em outra fila onde recebemos uma pulseira roxa de identificação e embarcamos no ônibus com a placa da mesma cor.

ônibus do trem das nuvens, Salta

Dentro de cada ônibus vai uma enfermeira acompanhando e logo atrás do comboio de ônibus, uma ambulância e equipe de suporte. O motivo? A altitude, que pode fazer as pessoas passarem mal.

Acomodados no ônibus, às 7h15 lá fomos nós em direção a San Antonio de Los Cobres, que fica a 163 km de distância de Salta.

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Campo Quijano

Ao longo do caminho até chegar em San Antonio de Los Cobres para pegar o Trem para as Nuvens, fizemos quatro paradas.

Foram ótimas para ajudar a aclimatar com a altitude que enfrentaríamos de mais de 4200 metros.

A primeira parada foi uns 35km de Salta, na cidade de Campo Quijano. Paramos para uma rápida olhada no Paseo Pioneros del Huaytiquina. Aqui está a primeira locomotiva, de 1921, que circulou no norte da Argentina.

Também tem vários vendedores de quitutes e artesanatos.

É uma parada rápida para tirar fotos, uns 10 minutinhos e já voltamos para o ônibus para seguir viagem. Já sentíamos o frio da manhã gelada por aqui.

Parada Campo Quijano, no caminho do Trem para as Nuvens, Argentina

Viaduto El Toro

A segunda parada foi próximo a um viaduto ferroviário aéreo da Ruta 51, Viaduto El Toro. Muito bonito para umas fotos também.

Tivemos uns 10 minutinhos para apreciar e retornar ao ônibus para seguir viagem.

Estava bem friozinho aqui e já sentíamos um pouquinho de falta de ar.

Viaduto El Toro, para do ônibus até San Antonio de los Cobres

Formação Geológica Yacoraite

Lá pelas 8h30, uns 66 km depois de sair de Salta, nossa terceira parada foi para apreciar a formação geológica Yacoraite, que lembra o Cerro de Sete Colores, um dos lugares que vamos visitar daqui a alguns dias.

Formação Geológica Yacoraite

Para do Tren a las Nubes

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El Alfarcito, Fundacion Padre Chifri

Meia hora depois, às 9h chegamos no povoado de El Alfarcito, na Fundación Padre Chifri, para um café da manhã e para conhecer um pouco do lugar.

Para o café da manhã tinha alfajor, pastel recheado com doce de caiote, pãezinhos, maçã, café, café com leite, achocolatado e chá.

Café da manhã em El Alfarcito. Parada entre Santa e San Antonio de los Cobres

Aqui tem uma capela onde está sepultado o Padre Chifri, que foi muito importante para a comunidade de El Alfarcito, pois lhes trouxe escola, saúde e ajudou a desenvolver a economia com o artesanato dos moradores locais.

El Alfarcito, entre Salta e San Antonio de los Cobres, Argentina

El Alfarcito, entre Salta e San Antonio de los Cobres, Argentina

Ao lado da capela tem um museu que conta toda a história. E também tem uma lojinha com artesanatos produzido pelos moradores locais.

artesanato de madeira de cactos

Ficamos por aqui uns 25 minutos e partimos para San Antonio de Los Cobres.

El Alfarcito, entre Salta e San Antonio de los Cobres, Argentina

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Estação de trem de San Antonio de Los Cobres

Às 9h45 chegamos na Estação de trem de San Antonio de Los Cobres, depois de percorrer 163 km em 2h30.

Estação de trem de San Antonio de los Cobres, Argentina

Logo na chegada vimos muitos vendedores ambulantes e artesãos oferecendo seus produtos, também moradores que oferecem fotos com guanacos e barraquinhas de comidas.

Chegamos a 3.772 m de altitude, aproximadamente a mesma altitude do Monte Fuji, Japão (3.776m). E fomos instruídos a andar devagar para não passar mal com a falta de oxigênio no ar.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Procuramos nosso vagão e assentos. Infelizmente viajamos de costas, coisa que detesto, mas na volta troca-se de lugar e voltamos de frente.

E até que foi bom, pois ficou até melhor para fotografar e ver a paisagem.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

E também trocamos de lado, todos os passageiros da direita vão para a esquerda e quem está na esquerda vai para a direita. Achei justo.

Trem para as Nuvens

Embarcados no Trem das Nuvens e não conseguíamos conter a emoção de realizar mais um sonho antigo.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Assim que escutamos os apito de partida do trem e ele entrou em movimento, éramos só sorrisos e alegria.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Em uma velocidade média de 35km/h fomos subindo até o famoso Viaducto La Polvorilla, a 4.200 m de altitude.

O céu estava azul com poucas nuvens. Conforme íamos subindo a vegetação ficava mais rasteira até sumir e vermos apenas terra, areia e pedras.

Sentimos um pouco a falta de oxigênio e compramos um chá de coca e comemos empanadas e uns doces que levamos, o que nos ajudou bastante.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Algumas pessoas precisaram usar oxigênio suplementar que tinha no vagão. Ainda bem que tem disponível.

A dica é não comer muito antes do passeio, até mesmo na noite anterior, nada pesado, gorduroso ou bebida gasosa.

Mas é importante comer, nem que for pequenas porções a cada 2 horas. Beber bastante água e não fazer movimentos bruscos. Tudo em câmera lenta.

Dentro do trem tem uma vagão de enfermaria, caso alguém precise de auxilio. Como um bons turismólogos, fomos lá conhecer rsrs.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Também tem um vagão cafeteria, que depois descobrimos que fica cheio de pessoas que estavam em assentos de costas.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

E um vagão lojinha, com várias lembranças bonitinhas.

Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Durante a subida um guia em cada vagão conta um pouco da história do Trem para as Nuvens e algumas curiosidades.

Viaducto La Polvorilla

A chegada ao Viaducto La Polvorilla foi emocionante, pois era um sonho se tornando realidade. Ficamos olhando e quase esquecemos de tirar fotos e filmar.

Viaducto la Polvorilla - Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Depois de ir e voltar pelo viaduto, o trem estaciona para podermos descer. Fomos até um mirante onde a bandeira da Argentina foi hasteada seguida do hino nacional.

Viaducto la Polvorilla - Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Ali tinham muitos vendedores ambulantes, os mesmos que estavam na estação de trem. Como chegaram ali, não sei. Imagino que pela Ruta 40 que passa bem abaixo do viaduto.

Fazia muito frio, apesar do sol. Então é importante levar casaco, cachecol, luva, gorrinho, óculos de sol, protetor solar e labial. Isso mesmo no verão.

Viaducto la Polvorilla - Tren a las Nubes, Trem das Nuvens, Trem para as Nuvens

Hora de voltar para San Antonio de Los Cobres, para a estação de onde partiu o Trem das Nuvens.

Quanta felicidade e vontade de contar logo para todos o quão legal foi essa experiência, mas teríamos que esperar até chegar em Salta para ter acesso a internet.

O passeio dura em torno de uma hora. E se você é fascinado por passeios de trem como nós, vale a pena colocar esse na sua lista.

Almoço em San Antonio de Los Cobres

Para o almoço, lá pelas 14h30, paramos no mercado municipal onde tem um restaurante e lanchonete.

E você pode escolher onde comer, ou até mesmo levar o seu almoço se quiser. Não está incluso no passeio.

San Antonio de los Cobres

Pedimos um prato mais leve, mas nem tanto. Uma cazuela com arroz (carne, ervilha, batata doce e cebola) e mais uma bebida para cada. Tudo saiu $570 pesos.

San Antonio de los Cobres

Santa Rosa de Tastil

No caminho de volta para Salta fizemos uma parada de 20 minutos, lá pelas 16h30, no povoado de Santa Rosa.

É um povoado que vive da economia têxtil e tem até um Museu Arqueológico que dá para visitar.

E ganhamos um lanchinho no ônibus com sanduíche, muffin, uma tortinha doce e chá quentinho.

Trem para as nuvens

Retorno para Salta

O retorno até que foi rápido, com belas paisagens pelo caminho que nem sabíamos para que lado olhar.

Trem para as nuvens

Chegamos em Salta já era noite. O ônibus não para em frente a estação e sim umas duas quadras antes e fomos andando até lá.

Nosso medo agora era se o carro estava inteiro ou se ainda estava lá. Mas chegamos e estava tudo certinho.

Cansados e felizes de ter realizado mais esse sonho.

Jantamos e nos preparamos para pegar estrada amanhã.

Trem para as nuvens

Números do dia:

Distância percorrida: 230 km (em ônibus)
Alimentação: $ 730 pesos argentino (aprox. R$ 14,50)
Passagens: Cortesia do Tren a Las Nubes

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Julia Flores

Formada em Turismo e Hotelaria, com pós-graduação em Marketing Estratégico e experiência com marketing de destinos turísticos. Amo viajar, não pelos carimbos no passaporte ou pelas selfies, mas pelo o que as viagens me proporcionam. Gosto de praticar esportes, mas também adoro ficar de preguiça no sofá em dias frios ou chuvosos.