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Dia 76 – Kontum, um outro Vietnã

Não conseguimos acordar cedo hoje, era quase 10 horas quando fomos tomar café da manhã.

Andamos até uma agência de turismo aqui perto para saber se precisávamos de permissão para visitar as vilas de minorias étnicas.

Às vezes o acesso é restrito pois não raramente as vilas entram em conflito umas com as outras.

O cara disse que não precisava de autorização e que a gente podia ir por conta própria. Por incrível que pareça, ele não nos ofereceu serviço nenhum…

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Mercado público de Kontum

Seguimos ao mercado público e no caminho as crianças diziam hello e acenavam. Até os adultos nos cumprimentavam. No mercadão a mesma receptividade aconteceu, todos sorriam e diziam hello.

Ao que parece, essa era a única palavra que eles sabiam em inglês… Que cidade mais amigável!!!

A Jú parou em uma banquinha para comprar elásticos de cabelo. As meninas que estavam comprando lá ficaram nos observando e depois todas pegaram elásticos iguais aos que a Jú comprou.

Vários adultos nos perguntaram de onde somos, nossos nomes e nossa idade. Curiosidade bem espontânea, deve ser cultural ‘se intrometer’ e perguntar tudo… Muito bacana…

Almoçamos e logo em seguida fomos andando a vila Bahnar.

Vila de minoria étnica de Kontum

Chegamos de mansinho, sem câmera nem filmadora a mostra. Estávamos curiosos e ao mesmo tempo receosos com a recepção das pessoas.

Íamos andando pela rua, os adultos olhavam curiosos, acenavam e diziam hello.

As crianças olhavam mais curiosas ainda e ficavam envergonhadas quando a gente acenava.

Aos poucos perdemos o receio de olhar para tudo e para todos.

Um menino brincava com filhotes de porco. Um jovem puxava um balde de água do poço artesiano. Uma mulher cortava lenha…

Dobramos a esquina e continuamos. Passamos por jovens jogando vôlei em frente a escola, construída com o típico telhado longo, característica do interior do país.

As pessoas saíram das casas para nos ver… Difícil saber quem estava mais curioso.

A rua fez uma curva e saímos da vila, voltando para a rua principal que dá acesso a ela…

Mais da vila

Pegamos de novo a mesma rua por onde começamos e fizemos o mesmo caminho. Todos já nos “conheciam” e pudemos então andar olhando um pouco mais os detalhes da vila.

Na esquina uma mulher nos chamou para experimentar a bebida doce deles. Chegamos perto e nos agachamos como elas.

Exercitamos a posição preferida dos vietnamitas: cócoras!

Provamos a bebida, que é suco de cana com algo parecido com uma gelatina, mais um caldo rosa e um creme. Elas ficaram muito felizes porque nós gostamos da bebida. E nós nem mesmo sabemos o que tem nela.

Sorriso, a linguagem universal

Elas falavam conosco como se entendêssemos tudo. A gente só dava risada e elas riam junto.

A mulher ficava pegando o braço de Jú para sentir como era a pele dela. Mexia no cabelo da Jú também…

Uma curiosidade bem interessante, que a gente vê em documentários e fica espantado.

Começou a juntar mais gente em volta. Homens, mulheres e crianças foram chegando.

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Pedimos permissão para fotografar e elas deixaram.

Uma moça que entendia um pouco de inglês veio conversar com a gente. Depois chegou um cara que falava bem também.

Ficamos conversando por um tempo e ele nos convidou para conhecer a casa dele, que estava bem pertinho.

Fomos lá e conhecemos a mãe, a irmã e o irmão dele.

Não é Bahnar

Logo descobrimos que estávamos na vila Kon Tum, que deu origem a cidade, e não na vila Bahnar.

Ele explicou que o povo Bahnar era diferente dos vietnamitas, por isso viviam separados.

Conversamos um pouco e saímos para fotografar a vila. Agora estávamos tranquilos.

Ninguém acharia ruim ser fotografado, pois estávamos acompanhados por um deles.

Fotografamos a escola e o jogo de vôlei.

Andamos um pouco mais e o Douglas parou para filmar as crianças.

Elas ficaram muito curiosas com a filmadora e faziam graça para ele filmar. De repente estava cheio de crianças em volta…

Quando elas olhavam um amiguinho pela tela da filmadora elas riam muito. Foi muito divertido!!!!

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Momentos de tensão

De repente o momento alegre sofreu uma reviravolta. Um senhor de uns 60, 70 anos, bêbado, se encrencou com o Douglas, dizendo que ele não devia estar lá.

O homem falava bem inglês porque lutou na guerra do Vietnã com os americanos.

Ele pensou que o Douglas é vietnamita, de uma etnia diferente do povo da vila, e que estava trabalhando como guia para mim.

O outro cara tentou explicar, mas o homem estava bêbado. Pegou no meu braço e disse: você fica, ele sai.

A tensão aumentou. O homem ficava encarando o Douglas, meio que cercando, e o outro cara ficava tentando impedi-lo de chegar perto.

Num certo momento, ficamos nós dois na direção da saída da vila, enquanto o homem ficou no lado contrário.

O outro cara disse: agora, vai, vai, não olhem para trás.

Saímos bem rápidos até a rua principal, quando o perigo passou. Ufa.

Voltamos a pé para o hotel e no caminho todo as pessoas acenavam e diziam hello

A tensão passou rapidinho e voltamos a ver como Kontum é hospitaleira…

Festa em Kontum

Saímos para jantar, ouvimos uns batuques pela cidade e perguntamos para a menina do hotel.

Ela nos disse que hoje tinha festa na cidade, nos disse onde era e fomos lá.

A festa, pelo que entendemos, é para as crianças e acontece em todo o país.

As crianças andavam pelas ruas, dançando com os dragões gigantes, fazendo círculos.

Por baixo de cada dragão gigante tinha umas 6 ou 7 crianças.

O tambor dava ritmo ao dragão. Uma outra criança com uma máscara usava um leque e abanava as pessoas.

Nessa festa, as crianças dançam em troca de presentes…

Foi muito legal. Estávamos em uma cidade não-turística, assistindo uma festa tradicional do povo para o povo. Foi inesquecível.

Para planejar o seu roteiro no Vietnã, leia os outros posts aqui e veja as opções de onde se hospedar em Kontum. São apenas 11 hotéis na cidade e as diárias variam de USD 9,00 a 15,00. Acho que hoje [outubro de 2017] eu escolheria o Konklor Hotel, que custa USD 13,00.

Douglas e Julia

Bio de casal? Como assim? É que alguns textos foram escritos juntos, então aqui estamos nós. Julia é gaúcha que solta uns 'ô meu' e Douglas é paulista que manda uns 'bah tchê'. São formados em Turismo e Hotelaria com especialização em Marketing, amam viajar e criaram esse blog em 2005. Já viu, né, viagem é o assunto principal deles.

10 thoughts on “Dia 76 – Kontum, um outro Vietnã

  • Muito bom, pessoal, essa aventura está cada vez mais interessante. Grande abraço
    do amigo português.

  • Nossa como é interesante a diferenças culturais de uma cidade para outra em um mesmo país…como vocês acharam estas cidades? Jonas Schwertner

  • Tenho certeza de que de todas as cidades essa ficará como uma doce lembrança na
    memória de vocês dois!!

  • Jonas!Foi um brasileiro que nos disse que era mais interessante do que a rota mais comum.Ele fez a viagem por la de bicicleta.Abracos

  • Douglas e Julia Sawaki

    Ola Filipe!Um elogio vindo de um grande viajante, nos incentiva muuuito!!!Obrigadao!!!!Abracos!!!

  • Parabéns!!!!!!As fotos…o texto…tudo feito com muito carinho e dedicação!!!!
    Vocês vão longe ainda!!!!Ótimo trabalho!!!!Linda a parte de “Um outro Vietnam”!!!Beijos
    e sucesso p/ vocês!!!

  • Douglas e Julia Sawaki

    Ola Marina!MUUUUUITO obrigada!!!Estamos tentando sempre melhorar.BJOOOOO

  • oi douglas e ju!sabe,nao estavamos pensando no vietnan,mas estamos adorando
    essa parte da viagem!estamos pensando em 2meses,mas pelo jeito vamos ter q
    aumentar!!!!rs de qqr maneira se puderem nos ajudar…muito obrigada!muito
    linda a foto da ju tomando a bebida com as nativas,da p ver a satisfacao delas
    na foto!!!bju e muita sorte!!!muito bom viajar c vcs!!!claudia

  • Douglas e Julia Sawaki

    OiClaudiaNo comeco nos estavamos planejando uma semana em Bali e outra
    na Tailandia…e deu nisso 🙂fomos lendo a respeito e a vontade foi
    crescendo…Foi um dos dias mais legais da viagem!!!obrigadao pela forca
    Bjo

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