O Mercado Flutuante de Damnoem Saduak, Tailândia
Delícias do Mercado Flutuante
Uma senhora rema seu pequeno barco de madeira por um canal com cerca de 6 metros de largura, de águas calmas, enquanto prepara e oferece quitutes com uma simpatia que se mostrou típica de seu país.
Veste uma roupa discreta, uma camisa azul marinho, um pouco marcada pelo tempo de uso, e um chapéu quase cônico, com abas largas, feita de palhas finamente trançadas, que ao mesmo tempo esconde as marcas da idade e realça seu rosto.
Seu barco é pequeno, de tamanho suficiente para ela se sentar no meio, para levar os quitutes crus acondicionados em potes plásticos atrás dela, e para uma grande panela com óleo fervente e um recipiente para colocar os prontos, à sua frente.
Em um equilíbrio perfeito, de quem seguramente exerce a atividade diariamente há anos, ela consegue fritar, mesmo com o balanço do barco, sem correr o risco de se acidentar com o óleo quente.
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Chapéu de cone
Com o barco estacionado na margem, uma senhora de idade bem avançada, aparentando não ter energia suficiente para remar, oferece leques e chapéus de palha.
Ela usa luvas finas e se abana para mostrar o produto, mas principalmente para amenizar o calor do país tropical, úmido, certamente de mais de 30 graus.
Sorri e oferece os produtos, dizendo num inglês ensaiado, que o preço está muito bom e que é um ótimo presente para os parentes que não puderam visitar o país.
O chapéu feito de palha de taan, um vegetal típico do país, é utilizado para proteger do sol e também da chuva, principalmente na agricultura.
Pode ser de formato cônico e também é encontrado em outros países do Sudeste Asiático.
A cabeça é a parte mais importante na cultura budista, por isso o chapéu também é tratado com muito respeito.
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Cores tropicais
Na direção contrária, uma jovem rema outro barco cheio de frutas tropicais que colorem o ambiente e conferem uma mistura de aromas.
Banana, coco, melão, carambola, abacaxi, manga, mamão e lichia, todos plantados na terra fértil da região, compõem as opções.
É possível levar para casa como fazem os tailandeses ou prová-los no barco mesmo, durante o passeio, como fazem os visitantes.
A condutora aparenta ter uns 20 anos, talvez menos, e pela conservação do barco pode-se imaginar que o ofício passou de mãe para filha.
Rema lentamente com leveza e graça, sem pressa. Sorri de forma autêntica.
A história dos canais
A História dos canais começou em 1866 quando o Rei Rama IV ordenou a escavação dos 32 kilometros para ligar o Rio Mae Klong ao Rio Tacheen.
A locomoção em barcos por rios e canais sempre foi parte integral do estilo de vida tailandês, pois várias comunidades dependiam inteiramente dela para o comércio de suprimentos, principalmente provenientes da agricultura.
Com o desenvolvimento do transporte terrestre a prática declinou e apenas as comunidades mais determinadas a mantém hoje em dia.
O objetivo dos mercados flutuantes se alterou nos canais próximos a Bangkok, além do comércio local de frutas e vegetais, encontra-se também souvenirs e snacks destinados aos turistas estrangeiros.
Imagem icônica
A imagem vista de cima das pontes é de inúmeros barcos, cada qual com seus produtos, cada qual com suas cores, cada qual conduzido por seu comerciante, na maioria mulheres das mais variadas idades.
Um dos poucos homens vende artesanato em madeira, principalmente itens decorativos com figuras de pessoas meditando, lustres de bambu e tecido finamente ornamentados e quadros cuidadosamente esculpidos.
Para se planejar
O mercado flutuante fica a 105 km de Bangkok e para chegar lá basta contratar um tour na capital tailandesa em transporte com ar condicionado, sem estresses nem contratempos.
Porém a essência do lugar é mais bem experimentada antes da chegada das dezenas de ônibus de turismo vindos de Bangkok.
Ir por conta própria, de ônibus coletivo, de preferência na noite anterior, para chegar antes da massa de turistas é uma opção que oferece maior imersão na cultura local.
Antes e depois
Às 7 horas da manhã o mercado flutuante começa a mostrar porque é um exótico cartão postal.
Esse é o melhor horário para visitá-lo, nessa hora ele se mostra mais encantador.
A luz fraca do sol cria um ambiente acolhedor e completa o cenário que se movimenta sem pressa, à remadas compassadas.
O ambiente tem também o som indecifrável das conversas na língua local somado ao som da água devido às remadas.
Com poucos turistas nos canais, os tailandeses estão mais abertos a conversas sem propósitos para passar o tempo.
Como afirmam vários deles, é “para exercitar a língua inglesa”.
A curiosidade deles é proporcional à simpatia.
Fazem até perguntas que em outras culturas são consideradas indiscretas, principalmente para um primeiro contato, como “Quanto você pesa?”
O mais divertido é que eles apreciam o esforço dos “farang” (estrangeiros, em tailandês) em aprender a língua local, e um simples “sà wàt dii” (olá, em português) aumenta a simpatia deles.
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É possível vivenciar o mercado flutuante das margens, mas alugar um barco proporciona vivenciar a experiência ao invés de apenas observar.
O barco custa pouco, ainda mais se comparado à rica experiência que ele oferece, e percorrer os canais assim como os tailandeses fazem a mais de cem anos é ainda mais memorável.
Desse modo pode-se parar o barco para ver os produtos e negociá-los. E é mesmo necessário negociar, pois os preços para turistas são muito mais altos do que o valor real.
Gestos e mímicas
A mulher que rema nosso barco não fala língua estrangeira, mas compensa com sorrisos a todo instante.
Para dizer aonde ir e quando parar é simples, apenas um gesto.
Mas para comunicação mais elaborada, a solução é fazer mímicas.
A cada mímica uma risada, ou pela mímica em si ou pela situação inusitada.
A invasão
O ambiente muda bruscamente quando começam a chegar os ônibus de turismo vindos de Bangkok.
Os canais e as margens passam a ter mais estrangeiros do que tailandeses e muda de um local tradicional para um ponto turístico-comercial.
O colorido dos produtos dá lugar ao colorido das camisas florais dos visitantes.
Enquanto no início do dia cada barco leva duas ou três pessoas, a partir das 9 horas, passam a levar oito, nove, às vezes mais de 10 turistas.
São centenas de turistas alucinados para tirar dezenas de fotos ao invés de sentir a alma do lugar e a cultura que o mercado flutuante representa.
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Alguns barcos são motorizados, fato que, pelo semblante da nossa condutora e de outros ao redor, não é bem visto.
O barulho do motor e as ondas que formam no canal fazem muitos comerciantes locais olharem torto para esses barcos.
Além do perigo que os barcos long tail representam devido a seus motores presos a extensas hastes de ferro, para mantê-los à distância de mais de 3 metros do barco.
O trânsito no rio fica pesado e quando alguém pára para comprar, engarrafa o canal.
Em certos momentos falta espaço até para colocar os remos dentro da água.
Em terra firme
Nas margens há inúmeras lojas, principalmente de roupas, com preços incrivelmente baixos, e artesanatos, não tão baixos assim para os que não são pacientes para negociar.
Assim como nos barcos, há restaurantes também em terra firme que servem deliciosos macarrões de origem chinesa, os noodles, com legumes variados em um caldo fino.
Quando o meio-dia vai se aproximando, o mercado flutuante vai se encerrando, turistas voltam para Bangkok, tailandeses voltam para casa e os canais voltam a ficar vazios.
Fica na memória um inusitado modo de ir às compras e uma cultura milenar, rica e que contribui para a saudável diversidade entre os povos.
Olá, estou indo para Bangkok e o mercado flutuante é um dos nossos principais passeios. Gosto de conhecer os lugares da forma mais original possível, por isso gostaria de chegar lá na hora de abertura do mercado. Vcs tem alguma dica de como posso conseguir isso? Obrigada e parabéns pelo blog!
Oi Débora! Obrigado!!
Nós fomos de ônibus um dia antes e dormimos na cidade. Outra opção é contratar um motorista (taxista) que te leve de Bangkok para lá na hora que você quiser.
Obrigada pela dica!!!!
Queria muito ter ido no Mercado Flutuante, mas não deu tempo… muito legal seu post!
Já tem motivo para voltar 🙂 Obrigado pelo comentário!