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Dia 66 – A crueldade do Khmer Vermelho

Nos dias anteriores nós visitamos o principal ponto turístico do Camboja (e também um dos principais do mundo), o Sítio Arqueológico de Angkor Wat, que fica em Siem Reap.

Chegamos ontem em Phnom Penh e sofremos um verdadeiro baque na chegada, um choque de realidade impressionante.

Hoje foi dia de aprender mais sobre o Khmer Vermelho e rezar para que a humanidade não repita tal crueldade.

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Okay Guesthouse

O sistema aqui desse guest house nunca tínhamos visto.

Cada quarto tem um caderno, chamado de guest book. A gente pede a comida e depois nós mesmos anotamos o nome e o valor do que pedimos no caderno, que fica perto das mesas.

Na hora do check-out, o recepcionista soma nossos gastos que anotamos no guest book.

Isso sim é ter confiança nos hóspedes.

Mas nós não confiamos e como todos os cadernos ficam acessíveis a qualquer um, levamos o nosso para o quarto.

A Jú ficou lendo o caderno ontem de noite e viu que um monte de gente que se hospedou nesse quarto antes comeu panqueca de limão, então ela também pediu hoje para provar…

Pegamos o tuk-tuk e fomos até a embaixada do Vietnã para pedir o visto. O custo lá é de 35 dólares, mas curiosamente, o guest house faz isso para nós por 34. Não nos pergunte como…

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Khmer Vermelho – Toul Sleng Museum

Seguimos a um dos principais atrativos turísticos do Camboja, o  Toul Sleng Museum, conhecido como S-21 Prison, onde o Khmer Vermelho comandado por Pol Pot aprisionava os acusados de se opor ao seu regime ditatorial.

Antes de Pol Pot, o lugar não passava de uma escola comum.

Prisão do Khmer Vermelho em Phnom Penh

Olhando o pátio é possível imaginar as crianças correndo de um lado para o outro, inocentes e alegres, aproveitando a hora do recreio.

O barulho das crianças deu lugar ao silêncio do sofrimento dos prisioneiros.

Museu sobre regime Khmer Vermelho

As salas de aula se tornaram celas e salas de tortura.

Museu sobre o Khmer Vermelho

A escola se transformou em um dos maiores exemplos de como o ser humano pode ser cruel.

Mais de 10 mil pessoas foram aprisionadas aqui, principalmente fazendeiros, professores, intelectuais, engenheiros, líderes religiosos, médicos e políticos contrários ao regime.

Enfim, todos os que tinham educação e conhecimento suficiente para fazer uma oposição ao governo.

Entre os prisioneiros também estavam muitas crianças.

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Fotos no museu sobre o Khmer Vermelho

Todos eram fotografados ao chegarem aqui e as fotos estão expostas hoje no museu. É uma imagem forte! Milhares de pequenos retratos lado a lado, de pessoas que foram aprisionadas aqui e depois executadas no Cheung Akh (Choeung Ek ou Killing Field).

Khmer Vermelho – Killing Field

Pegamos de novo o tuk-tuk e seguimos ao Killing Field, outro importante ponto de Phnom Penh.

Khmer Vermelho - Killing Field

Os prisioneiros do S-21 eram trazidos para cá para serem executados.

Cerca de 300 pessoas por dia eram trazidas em caminhões, com os braços presos e os olhos cobertos por uma faixa, em silêncio, esperando o tiro fatal.

Os corpos eram jogados em enormes valas, todos juntos. Depois os executores despejavam produtos químicos para diminuir o cheiro dos corpos em decomposição.

Após a queda de Pol Pot as valas foram descobertas e os ossos foram retirados. No local foi construído um memorial, onde estão guardados mais de 9 mil crânios das vítimas.

[su_note note_color=”#F8F8F8″] Leia também: Quanto custa viajar no Camboja de mochilãoComo é andar de tuk tuk em Phnom Penh[/su_note]

Memorial com ossos humanos regime khmer vermelho

O lugar dá arrepios… Andando pelo caminho de terra ainda é possível encontrar ossos humanos.

Museu Nacional

Seguimos ao Museu Nacional, que contém centenas de peças históricas de arte e religiosas. Muitas estátuas do Império Khmer estão em exibição, algumas delas foram encontradas nas ruínas de Angkor.

Museu Nacional de Phnom Pehn

Royal Palace

Depois passamos no Royal Palace, que é a principal residência da família real.

Royal Palace Phnom Pehn

A maioria dos prédios contém magníficas esculturas e são pintadas de amarelo e branco. O amarelo representa o Budismo e o branco, o Brahmanismo.

Não pudemos entrar no hall do trono, pois estava acontecendo uma cerimônia, que não sabemos qual era porque os guardinhas não falam inglês.

Foi uma visita apenas visual, tiramos algumas fotos e logo fomos embora.

Royal Palace Camboja

Para planejar o seu roteiro no Camboja, leia os outros posts aqui e para saber onde ficar, veja as opções de onde se hospedar em Phnom Penh. Os passeios, as atividades imperdíveis em Phnom Penh os transfers você encontra aqui.

Douglas e Julia

Bio de casal? Como assim? É que alguns textos foram escritos juntos, então aqui estamos nós. Julia é gaúcha que solta uns 'ô meu' e Douglas é paulista que manda uns 'bah tchê'. São formados em Turismo e Hotelaria com especialização em Marketing, amam viajar e criaram esse blog em 2005. Já viu, né, viagem é o assunto principal deles.

11 thoughts on “Dia 66 – A crueldade do Khmer Vermelho

  • Nossa essa parte está interessantíssima. Eu conhecia um pouco da história desse
    regime mas esse museu/prisão deve ser uma experiência fantástica.

  • Guilherme Mesquita

    Li todo o blog.Muito legal!Meus parabéns!Abraços.

  • Este comentário foi removido pelo autor.

  • Oi Douglas e Julia!!!Legal que voces foram tb no S-21, eh uma historia real, recente e
    muito, muito triste… Bateu uma depre forte no dia que fiz esse roteiro tb… killing
    fields, putz… O incrivel eh ver que o ser humano faz isso com a propria especie e nao
    aprende com a historia mundial, vide Nazi, etc… Triste realidade do mundo… Vivendo,
    vendo e aprendendo sempre… Importantissimo vcs verem isso e o mais importante eh q poderao
    passar isso para quem nao teve a oportunidade de ver com os propios olhos como vcs… Eu
    tento sempre…Continuem sua peregrinacao, eh o tempo eh curto e passa rapido, mas a
    experiencia fica pra vida toda…Forte abraco e vao postando novidades la na nossa
    comunidade dos aventureiros pelo mundo…Marcio Assis

  • Ola Marcio SaikiEsse museu deu arrepios!!!Ainda mais quando se sabe um pouco do que aconteceu ali…Abracos!!!

  • Ola Marcinho!Realmente da uma depre.Quando vimos as salas de tortura passamos mal…Pode deixar que nos postaremos la tambem.Abracos!!

  • Que esse relato possa trazer a muitas pessoas, a cada um de nós, que é possível viver respeitando a todos… Que repassemos aos nossos filhos que já não se podemos mais ter passado negro!meu respeito a todos aqueles que se foram!

  • william haddad

    interessante os regimes ditatoriais uns poucos controlam a vida de muitos, matam milhares que depois viram símbolo de resistência e objeto de admiração como peças de museu, um museu que deveria abrigar obras de arte e não obras de selvageria , desrespeito a vida humana. como? ´por quê? até qdo? tudo isso em nome de uma doutrina de uma economia de um período que passará mas deixará marcas profundas na vida de uma nação e na humanidade…….até qdo?

    • Douglas e Júlia Sawaki

      William, realmente é difícil de entender.

      Os museus estão lá para mostrar a todos o lado trágico para que não seja esquecido, mas infelizmente o ser humano não enxerga os erros do passado e torna a repetí-los… Triste…

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