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Trilha Salkantay – Dia 4: chegada a Machu Picchu Pueblo (Aguas Calientes)

Machu Picchu Pueblo, 01 de novembro

Último dia desse trekking nos Andes, na Trilha Salkantay. O destino final é Machu Picchu Pueblo. O grande momento de hoje será no Passo Llactapata, mas ainda não sei exatamente o que será. Nenhum guia nos dá uma dica sequer.

Pelo que vi nos mapas, deve ser um lugar com vista de Machu Picchu.

Ao mesmo tempo que todos comemoram o último dia da trilha Salkantay, eu sinto um misto de emoções. Claro que quero que termine, afinal Machu Picchu é o ápice dessa viagem e sinto saudades da Jú.

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Mas ao mesmo tempo, as montanhas andinas estão me ensinando tanto, que gostaria que essa trilha durasse mais alguns dias.

Superação pessoal, senso de que sou pequiníssimo diante da natureza, a força de uma cultura super rica, isso são apenas um pouco do que aprendi nos últimos 3 dias de trilha.

No primeiro dia da trilha tive a incrível experiência da cerimônia xamã, um ritual a la Pachamama. O segundo dia foi de superação para chegar ao Passo Salkantay, a 4.600 metros, outro dia inesquecível. Ontem a grande alegria, além das belezas da trilha, foi o banho quente no acampamento.

Café da manhã reforçado para as quase 3 horas montanha acima, em direção do Passo Llactapata, que está a 2.735 metros de altitude. Compro um pacote de café orgânico aqui do acampamento, para tomar em casa.

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O Segredo das Montanhas

Não sei o motivo, mas essa parte da trilha está mais movimentada do que as outras. Acho que alguns trekkers começam a partir de algum lugar por aqui, evitando o trecho dos 3 dias anteriores.

Seja lá o que for, não acredito que valha a pena. A não ser para os grupos de senhores de mais idade, que encontro pela trilha. Não me parece que eles fizeram os 3 dias anteriores.

Cada vez mais a floresta se torna densa. Mosquitos começam a incomodar e o calor é grande. Deveria ter me preparado melhor em relação às roupas.

Sei que agora estou perto do passo Llactapata e a minha bota dá sinais de exaustão. Até que durou, levando em conta que só a ponta da sola estava colada e do meio até o calcanhar, só a corda enrolada é que segura a sola no lugar.

Em uma parada para ajeitar a amarração, encontro um casal de senhores, que me disseram ter 65 anos. Eles estão em forma, aparentemente sem dor nenhuma e com a respiração normal.

Pergunto como isso era possível e eles me falam sobre um tal segredo das montanhas. Fico com isso na cabeça durante todo o restante da caminhada.

O segredo me deu forças para continuar. Ele está aqui e eu preciso encontrar. Quando me dou conta, chego às ruínas de Llactapata.

Ruínas de Llactapata, privilegiada vista de Machu Picchu

Das ruínas de Llactapata a vista é espetacular! Essa era a surpresa que os guias não queriam contar no início do dia.

Daqui, entre essas ruínas, consigo enxergar depois do vale as ruínas de Machu Picchu, de um ponto de vista que poucos tem a chance de admirar.

Já começo a sentir arrepios, prevendo o que vou vivenciar quando chegar ao destino final dessa incrível jornada.

O almoço é num restaurante com essa incrível vista e a mesa é fartíssima, surpreendente para quem está no meio das montanhas andinas.

Salada bem variada, arroz, peixe, batatas fritas, cerveja Cusqueña gelada que dessa vez não bebi, pois optei pelo famoso refri Inca Kola.

Do lado de fora do restaurante, uma luneta, para ver Machu Picchu, a cidade perdida dos incas.

A última descida da Trilha Salkantay

Sinto Machu Picchu super perto. Consigo até sentir as lhamas sorridentes cuspindo para me dar as boas vindas. Mas ainda há o último trecho de descida, num zigzag super inclinado entre a mata.

A próxima parada é pertinho do leito do Rio Aobamba, onde se localiza a Estação Hidroelectrica, e de onde pegaremos o trem para Aguas Calientes. Não vejo a hora e apresso o passo. A mesma energia do Passo Salkantay parece ter voltado com força.

As paradas agora nem são tanto para descansar, mas sim para reagrupar todo mundo, já que os mais bem condicionados estão se distanciando muito dos que estão com os músculos extremamente cansados.

Quando a mata se abre, é possível ver o leito do Rio Aobamba e a sensação é de que chegamos. Mas ainda há um longo trecho margeando o rio, totalmente plano, mas com muitas pedras de todos os tamanhos. Não posso deixar a atenção de lado para não torcer o pé.

Brinco de puxar o ritmo das passadas, até me acho um atleta nesse momento. Porém, não esqueço de contemplar a paisagem. Na verdade, aqui não tem lá grandes coisas para admirar, apenas o sentimento de dever quase cumprido.

Trem para Machu Picchu Pueblo (Aguas Calientes)

Trilhos!! Eu vejo trilhos!! Os olhos ficam marejados, de lembranças que nunca tive. Tudo o que li e assisti sobre Machu Picchu veem a minha mente como um flashback de algo que nunca aconteceu, um falso déjà vu. O lindo trem azul está lá, na Estação Hidroelectrica, esperando eu embarcar.

O grupo está no restaurante da estação e rapidamente me junto, para celebrar esse momento. Nós conseguimos!!

Depois de um atraso de quase uma hora para manutenção dos trilhos, finalmente embarcamos! Se o trilho não fosse consertado, teríamos que caminhar mais… Esse trem pareceu ter sido enviado pelos Deuses Andinos.

O trem passa por um caminho que mostra toda a imponência das montanhas andinas. O trilho é praticamente engolido dos dois lados pelos paredões, que mantiveram os espanhóis bem longe de Machu Picchu. Dá pra ver tudo do teto panorâmico do trem.

Sinais de civilização vão aumentando. Aguas Calientes está logo ali e vai se mostrar a qualquer momento, depois de qualquer curva.

Aguas Calientes (Machu Picchu Pueblo)

Quando finalmente entro na cidade, me recordo que Machu Picchu é um dos ícones do turismo mundial. Nos quatro dias de trilha para chegar aqui, minha mente me pregou uma peça, me fazendo esquecer disso e pensar que apenas os que superam a trilha é que chegam as ruínas mais famosas da América do Sul. Ledo engano. Há milhares de turistas na pequena cidade de Aguas Calientes…

A cidade, também conhecida como Machu Picchu Pueblo, é uma simpatia e eu penso que poderia passar pelo menos 2 dias aqui, no esquema slow travel que a cidade merece, explorando as ruas estreitas, o comércio, e a atmosfera aventureira.

O hotel de hoje é bem perto da estação de trem e possivelmente está entre os melhores da cidade. Aguas Calientes é o ponto mais próximo do sítio arqueológico.

Hoje me hospedarei no Belmond Inkaterra Machu Picchu Pueblo. Faço o check-in, tomo um super banho, sem me preocupar com a hora e me junto ao pessoal para ir jantar, no Café Inka Terra.

O jantar não poderia ser melhor. Não que a comida na trilha não mereça elogios, mas jantar em um restaurante de alta qualidade como esse é como um prêmio pela jornada superada.

Deito na merecida cama confortável e penso nos segredo das montanhas, que aprendi hoje. Se não estivesse cansado, a ansiedade não me deixaria dormir. Amanhã é o dia!!

Enquanto eu sonho com Machu Picchu, olha outras fotos de hoje…

Machu Picchu Pueblo

Leia mais sobre o trekking Salkantay aqui: dia 1 | dia 2 | dia 3 | O segredo das montanhas

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Douglas Sawaki

Formado em Turismo e Hotelaria, com experiência em vendas e marketing na área do Turismo. Paulista que aprendeu a curtir São Paulo depois que deixou de ser um cara estressado. Meio sedentário, meio esportista, se é que você me entende.

6 thoughts on “Trilha Salkantay – Dia 4: chegada a Machu Picchu Pueblo (Aguas Calientes)

  • Que legal esse trem. Deve ser demais ver as montanhas pelas janelas de cima. Não vejo a hora…

  • Muito bom esse relato. Adorei saber como é a trilha Salkantay. Pareceu que eu estava lá.

    • Douglas Sawaki

      Obrigadão pelo comentário Roberto. Um abraço

    • Douglas Sawaki

      Roberto, fico feliz em saber. Abraço!!

  • Em outubro do ano passado (2017) fiz a trilha inka tradicional. Nunca tinha ouvido falar mas como gosto de natureza, aceitei um convite do meu genro. Confesso. Foi a melhor viagem, aventura ou qualquer outra definição. Detalhe. Tinha na época da viagem 62 anos. Até meu médico que cuida de um problema na minha coluna me chamou de louco quando falei que ia. Imagina o resto da família e amigos. ( Obs.: tenho uma filha que mora no Chile que desde o início me deu muita força.) Mas fui. E quero voltar. Quanto ao comentário no início desse trajeto sobre surgirem mais pessoas idosas, no caminho que fiz tinham várias, fazendo todo o trajeto. Outro detalhe. Os unicos brasileiros eram eu e meu genro.

    • Douglas Sawaki

      Oi de novo Celso!
      Que legal fazer uma aventura assim com a família! Na hora a cabeça fica tão focada no desafio que as dores parecem sumir né? Agora é não perder o costume e seguir se aventurando 🙂

      Espero chegar aos 60 anos com a sua disposição. Um grande abraço!!

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