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Dia 65 – Choque cultural na chegada a Phnom Penh

Os últimos dias foram de grande realização pessoal. Conhecemos uma preciosidade construída pelo ser humano, que está entre as coisas mais fascinantes do mundo. Angkow Wat é de cair o queixo, inesquecível, impressionante, incrível.

O roteiro de viagem no Camboja continua e hoje seguimos bem cedinho de ônibus para a capital do país, Phnom Penh.

Um cuidado constrangedor

Como os ônibus costumam parar para subir e descer gente pelo caminho e não dá para ver as bagagens que são tiradas, trancamos as mochilas com cadeado de bicicleta na barra de ferro do compartimento de bagagem.

Toda vez que precisamos trancar a bagagem e o povo local está vendo, nos sentimos mal, pois parece que julgamos todos como ladrões.

Mas é preciso, pois só uma pessoa mal intencionada, no meio de um milhão de pessoas honestas, pode estragar a viagem.

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Senhores de idade na estrada

Nesse ônibus só tinha 2 estrangeiras além de nós. Duas senhoras de uns 50 anos.

Aliás por todo nosso trajeto, encontramos senhores e senhoras de 50 ou 60 anos viajando de mochilão, alugando bicicleta, dormindo em quartos ruins como os nossos, comendo em restaurantes simples, etc…

Enfim, viajando com energia, sem se importar com os perrengues.

Isso nos dá ainda mais ânimo para continuar. Nós imaginamos se com essa idade já teremos conhecido o mundo todo…

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O trajeto de ônibus de Siem Reap a Phnom Penh

Esticamos no banco do ônibus duas camisetas que lavamos ontem na pia do banheiro e que ainda estavam úmidas hehehe.

A paisagem na estrada é rural e bem pobre. A grande maioria das casas é de madeira e palha, mas há algumas poucas casas de alvenaria grandes e bonitas.

O motorista buzinava toda vez que ultrapassava alguém. Parecia uma criança que tinha acabado de ganhar uma buzina de presente.

Na TV do ônibus passava clipes musicais cambojanos e passou um filme de comédia chines, bem simples, tipo de 20 anos atrás do Brasil. Algo como ‘Os Trapalhões da China’ hehehe

A Jú não tirava o olho da TV e se divertia junto com o povo. E os cambojanos se matavam de rir.

As camisetas secaram e estendemos outras 2 que também estavam úmidas.

A parada na estrada

Em uma das paradas do ônibus descemos para ir no banheiro e logo na porta do ônibus chegaram 3 pessoas pedindo esmola. O país é muito pobre mesmo, assim como tínhamos ouvido falar.

Além do restaurante, ao lado do estacionamento do ônibus, há várias barraquinhas de frutas.

Tinha até enormes aranhas fritas. Compramos… bananas e cana de açúcar. Não as aranhas…

Na volta ao ônibus tinha uma criança e um senhor cego pedindo esmola. Às vezes flexibilizamos a nossa ‘política de não dar esmola’, mas não damos dinheiro. Dessa vez demos metade de nossas bananas…

Trocamos as camisetas secas por outras úmidas enquanto o ônibus saía. Secam rápido né?

O choque cultural

A chegada a capital Phnom Penh foi o que mais nos chocou nessa viagem toda!!!

Ainda longe do centro, o ônibus parou para um passageiro descer e enquanto o ônibus diminuía a velocidade, vimos alguns homens correndo em direção ao ônibus.

A expressão no rosto deles era de pressa misturada ao desespero, mas mesmo assim com um sorriso no rosto. Não entendemos nada, só ficamos observando atônitos. Foi juntando mais gente, eram mais de 10 pessoas, com certeza.

O ônibus parou. Todos que correram se juntaram na porta. Quando a porta abriu o passageiro já estava na escada. Todos o chamaram desesperados, levantando a mão como se dissessem: Eu! Eu!

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O passageiro desceu e formou-se uma roda em volta dele. Ele escolheu um e saiu enquanto os outros se afastaram, desanimados.

Depois percebemos que eles eram motoristas de moto e tuk-tuk em busca de um cliente e ficamos chocados com a situação do povo em relação ao trabalho e a luta por uma renda.

Foi uma cena forte!!!

Se com um cambojano já é assim, ficamos imaginando a nossa hora de descer.

A nossa chegada a Phnom Penh

Quando saímos de Siem Reap a recepcionista do guest house nos perguntou se a gente queria que um tuk-tuk nos esperasse na chegada a Phnom Penh. Aceitamos, sem nem saber que a chegada seria assim..

Quando chegamos, os motoristas se aglomeraram da mesma forma. Os que viram os gringos (eu e o Douglas) na janela nem procuraram pelos cambojanos.

Atrás de todos eles estava um motorista, bem tranquilo, fora do tumulto, com um papel na mão com o nosso nome.

Descemos e os motoristas nos cutucavam e diziam: Tuk-Tuk, Tuk-Tuk.

Juntou um monte em nossa volta.
– Nós já temos motorista, nós já temos…

O olhar de frustração de não terem conseguido clientes foi chocante, ainda mais assim bem de perto.

[su_note note_color=”#F8F8F8″] Leia também: Quanto custa viajar no Camboja de mochilãoComo é andar de tuk tuk em Phnom Penh[/su_note]

Okay Guesthouse

Fomos até o Okay Guesthouse e o motorista cobrou a corrida.
– A mulher do guesthouse de Siem Reap disse que era grátis.
– Só é grátis se vocês fizerem um tour amanhã comigo.
– Desculpa, mas não queremos.
– Então tem que pagar.
– Desculpa, vamos fazer como o combinado…

Descemos e entramos no guesthouse sem pagar o motorista, já sabendo que ele seria pago pelo hotel.

A Jú olhou para trás depois que passamos a recepção e viu o recepcionista pagando o motorista do tuk-tuk por ter nos levado lá… A gente até poderia ter dado alguma coisa né… Ficamos pensando depois.

Fui estender a cueca e as meias úmidas e descobrimos que esquecemos no ônibus 🙁

Ficamos o resto do dia descansando no quarto, pois a viagem agora está muito cansativa.

Amanhã vamos explorar a cidade de Phnom Penh e descobrir o que ver e fazer nessa cidade que, logo de cara, nos causou uma forte primeira impressão.

Para planejar o seu roteiro no Camboja, leia os outros posts aqui e para saber onde ficar, veja as opções de onde se hospedar em Phnom Penh. Os passeios, as atividades imperdíveis em Phnom Penh e os transfers você encontra aqui.

Douglas e Julia

Bio de casal? Como assim? É que alguns textos foram escritos juntos, então aqui estamos nós. Julia é gaúcha que solta uns 'ô meu' e Douglas é paulista que manda uns 'bah tchê'. São formados em Turismo e Hotelaria com especialização em Marketing, amam viajar e criaram esse blog em 2005. Já viu, né, viagem é o assunto principal deles.

4 thoughts on “Dia 65 – Choque cultural na chegada a Phnom Penh

  • valdemar huller

    Oi, Ju e Douglas a viagem esta ficando emocionante…. mas vcs precisam descançar um pouco…vcs estam chegando e saindo.bjsssssssss

  • “Nesse onibus so tinha 2 estrangeiras alem de nos. Duas senhoras de uns 50 anos.
    Alias por todo nosso trajeto, encontramos senhores e senhoras de 50 ou 60 anos
    viajando de mochilao, alugando bicicleta, dormindo em quartos ruins como os
    nossos, comendo em restaurantes simples, etc…Enfim, viajando com energia.
    Isso nos da ainda mais animo para continuar.”Somente depois que atingimos
    a maturidade, que criamos os filhos e que nos aposentamos podemos nos dar ao luxo
    de viajar…Essa é a razão pela qual eu entro aí no meio… porque muitos
    ainda tendo passado por tudo isso se sentem desmotivados porque sentem-se velhos…
    Viva os Mochileiros Jeans… Pessoas que não admitem serem chamadas de
    velhas!“Na foto: Motoqueiro carregando gelo, igual ao que e usado em todas
    as bebidas. Ja vimos a cena na tambem na Tailandia e Indonesia.”ahhhhhhhh
    era assim que se carregava gelo no meu tempo de criança!!!! Quando vejo essas
    fotos percebo que o Brasil avançou!!! Agora uma pergunta que não quer
    calar: “Por que não compraram as aranhas fritas?” hauahauahuaaaaaaiDete

  • E isso ai Dete!!!!Velho e aquele que desistiu de viver!!!ficamos espantados
    com o vigor dos idosos aqui da Asia!!! Sao fortes demais!!!!Nos tambem lembramos
    de muitas coisas da nossa infancia e vimos sim que o Brasil avancou bastante…
    verdade…Nao compramos porque…e porque.. porque..deixa pra la
    bjoooo

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